Autismo
É atualmente chamado de Transtorno do Espectro Autista e constitui uma das doenças que afetam o neurodesenvolvimento. Os sintomas se manifestam cedo, geralmente antes do início da vida escolar. Infelizmente, no Brasil o diagnóstico ainda é tardio e na maioria das vezes a criança só será encaminhada para uma avaliação especializada quando já estiver na escola.
O tratamento é muito individual. Não há uma medicação específica para o transtorno e o medicamento é usado apenas para tratar os sintomas que atrapalham ainda mais a criança a se desenvolver, como por exemplo, a agitação e a agressividade. Parte fundamental do tratamento são as terapias para estímulos das habilidades sociais, acadêmicas e de comunicação (por exemplo, sessões de psicologia, fonoaudiologia e psicopedagogia), que devem ter a indicação avaliada de acordo com a necessidade de cada criança.
Alguns sintomas são:
- Atraso no desenvolvimento da fala e/ou mais tarde dificuldades em estabelecer uma conversa normal (por exemplo, quer falar sempre sobre um mesmo assunto ou não reconhece quando é a vez do outro falar);
- Ecolalia: repete palavras que alguém acabou de lhe falar;
- Dificuldades em fazer amigos ou falta de interesse em interagir com outras pessoas;
- Quer fazer as coisas sempre do mesmo jeito e fica irritado com mudanças na rotina;
- Movimentos corporais repetitivos (por exemplo, movimentar o tronco para frente e para trás, “sacudir as mãos”, andar na ponta dos pés e rodopiar);
- Interesse restrito a um assunto específico: gosta de ler, ver vídeos e brincar apenas com dinossauros, por exemplo;
- Vê o mesmo filme várias vezes e decora a fala dos personagens;
- Sensível ao barulho;
- Fascinação por objetos que rodam;
- Seletividade alimentar: quer comer sempre os mesmos alimentos e não aceita trocas;
- Dificuldades para usar a imaginação e compreender metáforas.
Ao longo dos anos a frequência do diagnóstico de autismo está aumentando. Acredita-se que esse aumento esteja relacionado aos novos critérios para diagnóstico que conseguem incluir os casos mais leves, que antes não poderiam receber o diagnóstico. Estudos recentes estimaram que a doença acomete 1% da população geral. Psiquiatra Brasilia
TDAH
O TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento, de causas genéticas, caracterizado por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Ocorre em 5% das crianças e 2,5% dos adultos. É mais frequente no sexo masculino. Costuma ser diagnosticado no início da vida escolar já que pode apresentar dificuldades no aprendizado e algumas vezes no relacionamento com as outras crianças. A hiperatividade tende a melhorar na adolescência e vida adulta, porém muitos vão permanecer com desatenção, impulsividade e dificuldades no planejamento. Psiquiatra Asa Sul
Ao contrário do que é divulgado na mídia, os sintomas do TDAH são descritos desde a década de 1900, sendo as crianças descritas como desinibidas, impulsivas e hiperativas. Apenas em 1955 é que surgiria a primeira medicação para o tratamento dessas crianças, o metilfenidato.
O tratamento, na maioria das vezes, requer o uso de medicação. Os medicamentos mais utilizados e com maior eficácia são os psicoestimulantes, que quando bem indicados e utilizados com acompanhamento do psiquiatra não tem grandes chances de causarem dependência. Ao contrário, o tratamento do TDAH reduz o comportamento impulsivo e consequentemente o risco do jovem se envolver com o uso de drogas, atividades ilícitas e comportamentos sexuais de risco.
Alguns sintomas são
- Não presta atenção a detalhes e erra por descuido;
- Tem dificuldade em manter a concentração nas atividades;
- Não ouve quando lhe falam diretamente (“cabeça no mundo da lua”);
- É desorganizado;
- Não persiste nas tarefas que exigem esforço mental continuado;
- É esquecido;
- Tem dificuldade de seguir instruções e/ou terminar tarefas;
- Perde as coisas necessárias para as tarefas e atividades;
- Inquieto com as mãos e os pés e tem dificuldades em ficar sentado;
- Fala demais;
- Interrompe, intromete-se nas conversas ou nos jogos dos outros;
- É barulhento para jogar ou se divertir;
- Tem dificuldade em esperar a sua vez;
- Responde de forma antecipada.
TOC
TOC é uma doença psiquiátrica que tem como principal característica as obsessões e compulsões.
Obsessões são pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes e persistentes que são experimentados em algum momento, como intrusivos, indesejáveis, desagradáveis e que causam ansiedade ou desconforto na maioria das pessoas. Psicologia Brasilia
Compulsões são comportamentos observáveis, repetitivos ou atos mentais que um indivíduo se sente obrigado a executar em resposta a uma obsessão ou de acordo com regras que devem ser seguidas rigidamente. Tal ciclo de obsessões e compulsões pode ocupar tempo considerável da vida do paciente e prejudicar suas atividades e seus relacionamentos, além de trazer bastante sofrimento e angústia.
Alguns sintomas são:
- Pensamentos, impulsos ou imagens que aparecem para o indivíduo de forma indesejada (obsessões), causando ansiedade e sofrimento;
- O indivíduo tenta ignorar, suprimir ou neutralizar as obsessões com outro pensamento ou uma ação;
- Comportamentos repetitivos (p. ex: lavar as mãos, organizar,verificar) ou atos mentais (p. ex: orar, contar ou repetir palavras em silêncio) que o indivíduo se sente obrigado a executar (compulsões);
- As compulsões visam prevenir ou reduzir a ansiedade e o sofrimento ou evitar algum evento ou situação temida;
- As compulsões não têm relação realista com as obsessões ou são claramente excessivas ou absurdas para o indivíduo;
- Perde mais de uma hora por dia com suas compulsões e obsessões;
- São pessoas que geralmente tem “mania de limpeza ou organização”, necessidade exagerada de simetria e precisão ou perfeccionismo.
A estimativa é de que ocorra em 2 a 3% da população geral, sendo que no adulto acomete igualmente os homens e as mulheres, porém com início mais precoce em homens. Embora possa ocorrer em qualquer idade, a média para início dos sintomas é no final da adolescência e começo da idade adulta. Aproximadamente 25% dos casos ocorrem antes dos 14 anos. O tratamento, na maioria das vezes, requer o uso de medicação associado a psicoterapia e mudanças nos hábitos de vida.